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O Capital não tem Pátria

por Hugo Ferreira, em 18.10.13

Em 2009, em pleno clímax da crise (capitalista) financeira europeia e mundial, o PS e José Sócrates justificaram o seu apoio à reeleição de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia por motivos "patrióticos". Além do prestígio, Portugal teria tudo a ganhar com um presidente português da Comissão Europeia, conhecedor das dificuldades do país e que, se fosse o caso, agiria de pronto para defender os "nossos" interesses. Apesar de hoje, 4 anos volvidos, toda esta retórica nos parecer perfeita se pensada para um guião de um filme humorístico-trágico, a verdade é que era mesmo isto que se dizia.

 

A destruição do país operada desde 2011 através do Memorando da Troika - período durante o qual a Comissão Barroso se mostrou a mais inflexível, fanática e agressiva das três entidades constitutivas da Troika - já seria, por si só, elucidativa do "patriotismo" e da "preocupação com os interesses nacionais" de Durão Barroso. A notícia de hoje - em que a Comissão Barroso pressiona e chantageia o Tribunal Constitucional -, por nada acrescentar ao discurso colonial e anti-democrático das instituições europeias, serve, sobretudo, para guardar no arquivo e nos auxiliar a memória quando, daqui a uns anos, o mesmo Barroso voltar "à sua Pátria" para disputar a eleição de Presidente da República - função que, em caso de vitória, o obrigará a jurar "cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa".

 

Lembrem-se deste post quando essa disputa surgir.

 

E mais ainda: lembrem-se dele também quando alguém, sobretudo, do PS vos disser que foi a Esquerda (PCP, PEV e BE), votando contra o PEC IV (a versão light do Memorando), quem colocou a "direita no poder". Podia até dizer-se que o apoio do PS à reeleição de Durão Barroso fora um "erro histórico" específico dos socialistas portugueses, não fosse a circunstância de o próprio Partido Socialista Europeu nem se ter dado ao trabalho de apresentar uma candidatura alternativa à do Partido Popular Europeu de Barroso.

 

A social democracia europeia julgou que a queda do "Muro de Berlim" deixaria apenas o movimento comunista internacional em ruínas e não percebeu que, sem ele - sem a relação de forças política, social, económica e militar que ele representava - , ela própria se tornaria, a curto prazo, acessória e, a médio prazo, insignificante para o sistema capitalista. O Muro tinha mesmo de cair e nós, militantes da esquerda revolucionária, reconhecendo-o com humildade, logo nos dedicamos à tarefa exaltante de construir os alicerces de um novo mundo sem muros. Do lado social-democrata o "muro" vai desabando lentamente... Enquanto isso, os seus militantes vão saltando "para o outro lado".

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publicado às 21:00

 

O Nuno Moniz, investigador e amigo batido nas andanças da democratização da informação, repetiu para este ano a difícil mas muito útil tarefa de facilitar a nossa compreensão do Orçamento do Estado. Agora podemos saber com precisão, que alguém com um rendimento anual de 7200 euros/ano, por exemplo, vai pagar isto.

 

Para quem quiser saber porque deve lutar contra este OE e este Governo: www.oteuorcamento.net

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publicado às 01:16




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