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O que é o liberalismo económico?

por Hugo Ferreira, em 21.10.13

O liberalismo económico é fácil de explicar se para isso nos socorrermos da nova lei do arrendamento: justificar todas as opções (ideológicas) tomadas com recurso a uma ideia vaga, abstracta e distante de liberdade e de reforço da autonomia dos sujeitos (no caso do arrendamento do inquilino e do senhorio) e da própria sociedade civil em face do Estado.


Pararelamente, ignorar propositadamente os diversos pontos de partida dos múltiplos sujeitos e, por consequência, as desiguais condições para atingir um ponto de chegada que se pretende comum. Resumindo: fazer «tabula rasa» das estruturas da sociedade realmente existente, isto é, aquela onde diferentes papeis desempenhados na produção material correspondem a distintos lugares ocupados na organização social. Exemplo na "lei das rendas": a fixação do valor das rendas passa a efectuar-se, por princípio, através da "livre" negociação das partes, secundarizando-se os critérios de interesse público.

Pergunta-se: sendo o problema da habitação de tal maneira estruturante e decisivo para a nossa vida (ainda por cima nestes tempos que vivemos...) é justo colocar a matéria mais decisiva do mercado de arrendamento - a fixação das rendas - nas mãos de partes - inquilino e senhorio - com poderes de negociação manifestamente tão desiguais? Que assim é, basta atentar no exemplo desta notícia.


Salvaguardando as devidas diferenças, façam um raciocínio semelhante em matérias como a saúde, educação, transportes e outros e digam lá se não chegam à mesma conclusão que eu: a liberdade, se dissociada de outros valores como a igualdade, a solidariedade e a justiça não se diferencia da opressão típica da lei da selva. É isso mesmo o liberalismo. 

Toda a minha solidariedade a estes colegas da República 5 de Outubro.

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publicado às 21:52

Obrigado Troika? Eu acreditei e tu?

por Alex Gomes, em 21.10.13

 

 

 Um dos sinais dos tempos em que vivemos é que realmente ninguém estranhou a convocatória de uma manifestação pró-troika. Eu acreditei, mas pelos vistos era uma acção de propaganda de guerrilha, como disse o Renato Teixeira no 5dias.net.

 

Aqui segue o comunicado de imprensa enviado. Se o tivesse lido, teria desconfiado, afinal de contas até para o ridículo há limites. Ou não há?

 

«Caríssimos senhores,
Junto segue o comunicado de imprensa do movimento Obrigado Troika que promove um acto de apoio à Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, e ao governo da Nação. Esse acto de desagravo para os homens que,velando de dia e de noite, nos querem tirar das mãos do Estado gordo, realiza-se na próxima segunda-feira dia 21 de Outubro às 18 horas, na praça dos Restauradores.
A bem da nação e da troika,
Rita Ferreira Vasconcelos

Nota: disponível para mais esclarecimentos no dia 20, no telemóvel: 961508437

Comunicado de Imprensa

OBRIGADO TROIKA!
Um grupo de cidadãos, reconhecendo tudo o que a troika está a fazer por Portugal, vai realizar uma manifestação no dia 21 de Outubro, 2ª feira, às 18.00 horas, de apoio ao Banco Central Europeu, à Comissão Europeia e ao FMI. O local de encontro será a Praça dos Restauradores e o percurso terminará no Centro Jean Monnet (Largo Jean Monnet).
PORTUGAL AGRADECIDO!
Para que Portugal cresça e possa, dignamente, pagar as suas dívidas reivindicamos:
o fim dos contractos de trabalho, dos subsídios de desemprego e do RSI e gritamos:
Abaixo as reformas!
Abaixo a escola pública!
O SNS só atrapalha!
Privatize-se a água, privatizem-se os correios!
Rasguemos o código de trabalho e os direitos de quem trabalha, que decidam os empreendedores, que decida a troika!
Acabe-se com o tribunal constitucional!
Rasgue-se a constituição!

SE SENTES QUE ISTO É O QUE DESEJAS JUNTA-TE A NÓS PARA DIZERMOS A UMA SÓ VOZ:
OBRIGADO TROIKA!

Depois da manifestação, no Largo Jean Monnet, os cidadãos que convocam esta manifestação darão uma conferência de imprensa."



Para a imprensa burguesa pelos vistos não há, e caíram que nem uns patinhos. O que torna tudo ainda mais ridículo é terem aparecido mais jornalistas para cobrir este "evento" convocado por sete pessoas do que a conferência de imprensa que anunciou a manifestação do dia 26, convocada por mais de mil pessoas. Mas esta parte já não me supreendeu mesmo nada. Os cães andam sempre atrás dos donos. Ainda bem que de vez em quando conseguimos trocar-lhes as voltas. Parabéns ao QSLT.

 

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publicado às 18:56

TIVERAM MEDO!

por Olaio, em 21.10.13

 

 

Cada vez mais há consciência que a situação do país (e da europa) só se resolve com mais democracia, chamando mais gente para o exercício da cidadania, para o combate à troika. Há que unir, mostrar àqueles que sofrem as agruras dos lunáticos que nos governam, que não estão sós. Atravessarmos as pontes que nos separam e caminharmos juntos para mudar de política. Fazermos a ponte para um mundo melhor!

 

Quando a ideia de passar as pontes a pé foi lançada, começou desde logo por gerar uma onda de entusiasmo e de adesões, que ameaçavam tornar estas manifestações e principalmente a da ponte 25 de Abril, num acontecimento de fortes repercussões.

Foi o receio da imagem dessa manifestação e do seu efeito galvanizador no povo português e na europa, que fez tremer macedo e os seus correligionários do governo da troika.

 

Foi o receio dessa imagem, “uma ponte de cravos”, que fez com que o governo, à margem da lei, condicionasse a realização de uma manifestação legítima e ameaçasse os manifestantes com o uso da violência.

 

Neste quadro a CGTP optou por alterar a forma da manifestação, levando a que surgissem, como seria lógico, as mais diversas opiniões e criticas, nomeadamente que se deveria ter mantido o formato inicial e levar até às últimas o “braço de ferro” com o governo e a polícia de repressão; ou então, se já se sabia que esta situação podia acontecer (e era mais que provável num governo acossado e que demonstrou já que não hesita em infringir a lei), porquê então ter lançado a ideia para depois passar pela “humilhação” de recuar.

 

Começando por esta última critica, não avançar com a ideia porque era provável esta situação acontecer, era estar-nos a autocensurar, impedindo que o governo tivesse que assumir perante os portugueses e o mundo o seu caracter repressivo e antidemocrático.

 

Desde que a ideia foi lançada e durante mais de duas semanas, para além do entusiasmo que despertou na população, nunca uma manifestação da CGTP tinha sido tão falada e comentada na comunicação social, nunca nenhuma esteve durante tantos dias na “ordem do dia” e com ela, as razões que levavam os trabalhadores a vir para a rua protestar e com ela, a mensagem que cada vez mais portugueses percebem, de que este governo tem que cair, de que esta politica neoliberal tem que terminar!

 

Levar até às últimas o braço de ferro com o governo e continuar a mobilizar para a passagem a pé na ponte 25 de Abril, seria estar a cair na armadilha da violência que o governo montara, para que nas próximas semanas os comentadores do poder, quais comissários políticos, enchessem os meios de comunicação, com “demostrações” do carácter violento e destrutivo dos manifestantes, semeando receios e afastando da luta muitos daqueles que ainda hoje permanecem à margem do combate.

 

O carácter pacifico com que a manifestação acabou por decorrer, demonstra quem é que agindo democraticamente quer resolver os problemas do país e quem violentamente e à margem da lei, os quer agravar não hesitando para isso recorrer à violência.

 

O que ficou demonstrado é que o governo e a troika TIVERAM MEDO! Tiveram medo da dimensão que o protesto poderia adquirir, das suas repercussões. O fantasma da ponte passeava-se  pelos corredores de S. Bento e Belém.

 

Julgo que a apesar da frustração de ainda não ter sido desta que passamos a ponte 25 de Abril a pé, a manifestação da CGTP conseguiu um dos seus propósitos principais, atravessar algumas pontes que nos separam para trazer mais gente para a luta. Por esse motivo, a manifestação de dia 19 constituiu um grande dia de luta!

 

Dia 26, voltaremos a atravessar mais algumas pontes.

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publicado às 00:09




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