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Rui Tavares assina hoje no Público um conjunto de maus cenários em que Portugal pode mergulhar em 2015. Identifica três cenários: o cenário mau é o cenário com o PS sem maioria à procura de uma coligação com o PSD ou o CDS; o cenário péssimo é o PSD e o CDS ganharam juntos com maioria; e o cenário medonho é o cenário PSD e CDS juntos mas sem maioria a formarem uma coligação com o PS. São cenários péssimos. Mas não são os únicos cenários péssimos em que podemos cair. Podemos cair no péssimo cenário de o PS ganhar sem maioria e procurar em alguns sectores da esquerda um parceiro de coligação. É cenário bastante improvável, mas é aterrador.
Se parte do espaço político à esquerda do PS decide colcocar-se a jeito para ser parceiro de coligação de um partido liderado por António José Seguro e com o Tratado Orçamental como grande referência programática será uma tragédia. Uma tragédia de enorme alcance: venderá a ilusão ao povo de esquerda que será uma alternativa quando na prática será um governo que aplicará a austeridade do tratado orçamental, que destruirá aos poucos o que resta do Estado Social e que não enfrentará em nenhum momento a Europa da Troika.
E sim, uma aliança desse tipo pode evitar uma aliança do PS com a direita, mas a pergunta que devemos fazer é mesmo essa: tentar evitar um Governo do PS com a direita é suficiente para a esquerda entrar num governo de austeridade? Eu acho que não. Foi este rotativismo instalado que nos trouxe este estado de coisas. Se queremos superar este estado de coisas temos de superar o rotativismo. E temos de juntar milhares de pessoas para isso. É difícil e muito exigente. Mas nestes tempos de catástrofe é exactamente isso que está em causa.