Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Anda por aí, nas redes sociais, confusão e discussão, como sempre. Cada vez mais acredito que elas foram feitas para nos incomunicar, mas não é sobre isso que quero escrever. Quero escrever e escrevo quando a intolerância me magoa e é sobre isso, sobre as críticas a uma proposta do BE sobre a isenção do IVA ao uso de medicinas "alternativas".
Antes de começar também quero deixar claro que sou contra impostos e outras formas vis que nos arranjam para roubar. Mas admitindo e encarando o mundo onde vivo, não posso de deixar de achar a proposta interessante, porque coloca outras medicinas possíveis mais perto do outro mundo possível que tantas de nós andamos à procura.
Uma das críticas é a de não querer contribuir para a banha da cobra... Bom, que tal falarmos da indústria farmacêutica, que produz medicamentos placebo que nenhum, ou quase, efeito têm sobre as pessoas? Quando falo de ladroagem, prefiro sempre meter-me com os grandalhões. Talvez por isso não ande para aí a dizer que a culpa da crise é dos que roubam no RSI ou das imigrantes, mas prefiro ir aos BPN's e companhia, por exemplo. Neste caso ataco a Pfizer, Bayer e outros gigantes que lucram milhões e milhões sequestrando o SNS desde há décadas, pois a eles o estado paga medicamentos, tratamentos caríssimos que nos levam a cair ainda mais numa dívida eterna. Ou quem acham que são os credores das dívidas dos hospitais?
Sim, mas como tenho problemas com quem me rouba, também me atiro ao pescoço de muita gente que se aproveita do descrédto que uma grande parte da população na medicina dita convencional e cai nas artimanhas de muita gente que exibe diplomas duvidosos no seu consultório. Mas quando a proposta do BE me quer tornar isento de IVA, agradeço. E agradeço que se coloquem esta forma de medicina ao mesmo nível que a outra, a dita convencional.
Porque não se trata para mim de entrar em debates sobre qual delas é a melhor, para mim trata-se de direito à escolha. Quero ter o direito de escolher quem me engana se é a Bayer ou o doutor Ernestino. NÃO! Melhor.
No outro mundo possível quero que a Bayer não exista e quero que os laboratórios produzam medicinas grátis, sem ânimo de lucro, não destrutoras do ambiente e sem patentes roubadas às xamãs que depois são acusadas de vender banha da cobra. Quero esses xamãs, essas bruxas, que guardam conhecimentos milenares (a quem a arrogante ciência os roubou) tão disponíveis como um médico formado numa faculdade qualquer. Quero que uma discussão científica seja construtiva e onde duas visões diferentes não sejam antagónicas mas sim solidárias.
Quero sim dizer que não preciso da ciência para me justificar supostas inferioridades, já sabemos onde podemos ir parar. Se é certo que certas medicinas ditas alternativas foram criadas há bem pouco tempo e com resultados duvidosos também é certo que a medicina dita convencional se baseia não só no método científico, mas também deve muito do seu conhecimento às medicinas tradicionais. E todas são falíveis.
Será assim tão difícil percebermos que a tão proclamada tolerância assenta no direito à escolha? Será assim tão difícil perceber que a vida não nos apresenta duas barricadas onde nos enfiarmos mas sim um gigantesco leque de opções para agarrar se soubermos perceber que não vivemos atomizadas enquanto pessoas, mas sim que apesar de tudo, a humanidade evoluiu graças ao apoio mútuo e à troca...
Duas sugestões:
Apesar do tom intolerante e defensor da ciência como verdade única, existe aqui informação muito interessante sobre as ditas medicinas alternativas:
http://www.losproductosnaturales.com/
Acho que esta gente encontrou o equilíbrio entre as duas coisas e aconselho mais vivamente:
http://www.sumendi.org/castellano/Quienes.html
Saúde!