Tendo em conta as últimas iniciativas oriundas dos mais diversos quadrantes da esquerda portuguesa no sentido de unir a dita cuja, considero que isto começa a ser demasiada união para tanta esquerda. Nesse sentido, proponho uma série de questões com o objectivo assumido de voltar a desagregar a esquerda de forma a que ela volte a debater ideias e propostas.
- O que fazer à dívida? Rasgar o memorando ou não? Negociar? Caso a negociação não funcione, declarar uma moratória unilateral e preparar o país para sair do Euro? Ficar no Euro custe o que custar? Emite-se uns Euro-Bonds e está feito?
- Propor a extinção da NATO? Tirar Portugal da NATO? Apoiar intervenções da NATO em casos de genocídio?
- Reformar a UE? Defender o federalismo europeu? A austeridade é necessária, mas assim tanta não que já aleija?
- Defender o Rendimento Básico Incondicional, o Direito ao Trabalho para todos e todas ou as duas coisa?
- Condenar todas as ditaduras, as ditas de esquerda e as ditas de direita ou abrir honrosas excepões para os amigos?
- Nacionalizar os sectores estratégicos da economia ou apenas uma participação forte do Estado, sei lá, umas Golden Shares?
- Trabalho sexual é trabalho ou no Socialismo acaba-se a prostituição? As pessoas LGBTQ devem poder adoptar crianças legalmente ou não? Legaliza-se a canábis ou isso é uma cena que aliena a malta da participação na luta? Criminalização do piropo ou direito ao livre piropo?
- Respeita-se a autonomia dos Movimentos Sociais ou é algo que só serve para a malta ir lá recrutar e dirigir?
- Marca-se mais uma travessia da ponte de autocarro, bicicleta ou triciclo?
- Mata-se o Zico com um choque elétrico, uma injecção letal ou um balázio no meio dos olhos? As touradas são um património cultural ou podem-se organizar claques que tenham prazer em ver o Touro a espetar o chifre nos testículos do toureiro?
Poderia avançar com outras questões importantes como a esquerda propor a mudança de côr do facebook ou a criação de um botão de “não gosto”, mas penso que estas 10 temáticas já serão suficientes para manter a esquerda desavinda nos próximos 10 anos, pelo menos.
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