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Percebo, respeito e partilho a frustração de muito povo de esquerda com o recuo da CGTP-IN na organização da manif de ontem na ponte 25 de Abril. A argumentação do governo - "questões de segurança" - foi cínica e falsa. A CGTP-IN demonstrou durante muito tempo a sua disponibilidade em manter o braço de ferro com o governo, criando, inclusive, a ideia que poderia mesmo desobedecer à recomendação/ordem/decisão do Ministério da Administração Interna. Recuou - mal na minha opinião - tarde - do ponto de vista táctico - se, de facto, nunca colocou a hipótese da "desobediência civil". A marcha dos autocarros não foi a melhor "fuga para à frente" de entre as várias possibilidades...
Dito isto, não percebo e discordo radicalmente da agressividade na crítica dirigida à CGTP-IN. Leio por aí que a manif de ontem soube a pouco. O meu testemunho de ontem é bem diferente, talvez por ter estado no Porto - a atravessar a ponte - na maior manif que tenho memória da CGTP na cidade. A luta social é ainda insuficiente tendo em conta a ofensiva do Governo e da Troika contra a classe trabalhadora? Concordo. Mas se há coisa que os últimos meses, em geral, e a manifestação de ontem, em particular, evidenciaram de forma clara e evidente é que a CGTP-IN é, sem dúvida, a entidade à qual menos responsabilidades devem ser assacadas por esse acantonamento da luta social.
Seria bom que isto fosse reconhecido e valorizado desde já, para que daqui a uma semana - e como eu gostava que assim não fosse... - não o tenhamos de assumir de forma tácita e envergonhada.
Como recentemente bem lembrou um camarada "na guerra, e é disso que hoje se trata, guardam-se as balas para o exército inimigo. Na refrega, cá trataremos das questões domésticas.".