Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
O Partido Socialista de Manuel Pizarro entendeu-se com Rui Moreira da aliança CDS-P/Rui Rio. Assinaram um acordo de governação da câmara que garante maioria absoluta ao novo executivo.
É um acordo perigoso. Mas enfim, para muitas pessoas assumir funções de vereação executiva em câmaras municipais governadas por outro partido, com outro programa e com uma visão diferente da política e da cidade não é considerado uma “coligação”. É uma espécie de “partilha democrática de responsabilidades”. Viabilizam todos os orçamentos, claro. Mas isso é uma questão de pormenor… Sem saber muito bem que programa vão cumprir, multiplicam-se acordos pós-eleitorais bem sinistros, veja-se o caso do PS de Basílio Horta, com o PSD e a CDU na governação de Sintra.
Incoerências à parte, o acordo do Porto é verdadeiramente sintomático. Augusto Santos Silva e Francisco Assis já o vieram defender a público. O que poderão estes dirigentes querer mais que um PS em acordos com a direita para a governação local? Mais do que isso, só se fosse um governo de salvação nacional com a direita, patrocinado por sua luminosa excelência o professor Cavaco Silva…
Mas é uma pena que o PS se renda a um facilitismo tão básico e alinhe em todos os acordos que os permitam estar no poder, mesmo que contra o seu programa e o que resta dos seus princípios. Não é todo o PS, nem são muito menos todos os eleitores do PS. Ainda há pessoas no PS e que votam PS que acham que um acordo de governação com a direita trai tudo o que resta de princípios de esquerda que o PS anda diz ter.
Mas afinal de contas, até quando essas pessoas vão continuar a ser cúmplices deste desastre?