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Cada vez mais há consciência que a situação do país (e da europa) só se resolve com mais democracia, chamando mais gente para o exercício da cidadania, para o combate à troika. Há que unir, mostrar àqueles que sofrem as agruras dos lunáticos que nos governam, que não estão sós. Atravessarmos as pontes que nos separam e caminharmos juntos para mudar de política. Fazermos a ponte para um mundo melhor!
Quando a ideia de passar as pontes a pé foi lançada, começou desde logo por gerar uma onda de entusiasmo e de adesões, que ameaçavam tornar estas manifestações e principalmente a da ponte 25 de Abril, num acontecimento de fortes repercussões.
Foi o receio da imagem dessa manifestação e do seu efeito galvanizador no povo português e na europa, que fez tremer macedo e os seus correligionários do governo da troika.
Foi o receio dessa imagem, “uma ponte de cravos”, que fez com que o governo, à margem da lei, condicionasse a realização de uma manifestação legítima e ameaçasse os manifestantes com o uso da violência.
Neste quadro a CGTP optou por alterar a forma da manifestação, levando a que surgissem, como seria lógico, as mais diversas opiniões e criticas, nomeadamente que se deveria ter mantido o formato inicial e levar até às últimas o “braço de ferro” com o governo e a polícia de repressão; ou então, se já se sabia que esta situação podia acontecer (e era mais que provável num governo acossado e que demonstrou já que não hesita em infringir a lei), porquê então ter lançado a ideia para depois passar pela “humilhação” de recuar.
Começando por esta última critica, não avançar com a ideia porque era provável esta situação acontecer, era estar-nos a autocensurar, impedindo que o governo tivesse que assumir perante os portugueses e o mundo o seu caracter repressivo e antidemocrático.
Desde que a ideia foi lançada e durante mais de duas semanas, para além do entusiasmo que despertou na população, nunca uma manifestação da CGTP tinha sido tão falada e comentada na comunicação social, nunca nenhuma esteve durante tantos dias na “ordem do dia” e com ela, as razões que levavam os trabalhadores a vir para a rua protestar e com ela, a mensagem que cada vez mais portugueses percebem, de que este governo tem que cair, de que esta politica neoliberal tem que terminar!
Levar até às últimas o braço de ferro com o governo e continuar a mobilizar para a passagem a pé na ponte 25 de Abril, seria estar a cair na armadilha da violência que o governo montara, para que nas próximas semanas os comentadores do poder, quais comissários políticos, enchessem os meios de comunicação, com “demostrações” do carácter violento e destrutivo dos manifestantes, semeando receios e afastando da luta muitos daqueles que ainda hoje permanecem à margem do combate.
O carácter pacifico com que a manifestação acabou por decorrer, demonstra quem é que agindo democraticamente quer resolver os problemas do país e quem violentamente e à margem da lei, os quer agravar não hesitando para isso recorrer à violência.
O que ficou demonstrado é que o governo e a troika TIVERAM MEDO! Tiveram medo da dimensão que o protesto poderia adquirir, das suas repercussões. O fantasma da ponte passeava-se pelos corredores de S. Bento e Belém.
Julgo que a apesar da frustração de ainda não ter sido desta que passamos a ponte 25 de Abril a pé, a manifestação da CGTP conseguiu um dos seus propósitos principais, atravessar algumas pontes que nos separam para trazer mais gente para a luta. Por esse motivo, a manifestação de dia 19 constituiu um grande dia de luta!
Dia 26, voltaremos a atravessar mais algumas pontes.