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O PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, com presença nas duas câmaras legislativas do Brasil, vai avançar com a proposta de legalização da canábis, conhecida no país como maconha. A perseguição aos consumidores de maconha é um dos principais pretextos para a prisão de jovens negros e pobres no Brasil. É o pretexto que faz transbordar as prisões brasileiras de jovens consumidores e pequenos traficantes de esquina que a partir daí, como sabem, perdem qualquer oportunidade de voltarem a se integrar normalmente numa sociedade que os atirou para celas com criminosos "a sério". A legalização da maconha é essencial também para separar o mercado (que existe, legal ou não) dos consumidores de maconha dos traficantes de cocaína, heroína e crack. A legalização da maconha também serve para saldar uma dívida para com centenas de milhares de seres humanos que perderam a chance de ter uma vida normal por terem sido apanhados com "flagrante" pela Polícia Militar, muitas vezes ainda adolescentes. Regular, taxar e legalizar, porque a proibição é a desgraça que se vê.
Muitos de vós já devem conhecer a personagem, o Marcos Feliciano. Pastor e deputado pelo Partido Social Cristão, é um acérrimo defensor de tudo aquilo que imaginam: "cura gay", aborto ilegal, etc. Mas a luta pelos lados de cá é diferente. No Brasil, o aborto continua a ser crime e quem o faz é perseguida, quando sobrevive. O aborto ilegal e sem condições de saúde é a 3ª causa de morte das mulheres no Brasil. E do lado que defende a perpetuação desta tragédia nacional temos este senhor.
Apesar da gargalhada imediata que provoca este argumento em qualquer pessoa inteligente, temos de ter em mente que este senhor - e os César das Neves desta vida - são um perigo mortal para as mulheres, bonitas na Sibéria ou feias no subúrbio excluído duma qualquer capital internacional. Mas são também um perigo para a saúde pública no geral. o seu combate deve continuar a ser uma prioridade para a esquerda em todo o lado. Porque em Portugal já chegámos ao século XXI, não quer isto dizer que podemos solidarizar-nos com as lutas do Brasil ou doutros sítios?
Por outro lado, temos a boa notícia vinda do Uruguai, em que no balanço feito 6 meses depois da legalização da IVG em hospitais públicos, os resultados são magníficos. Milhares de vidas humanas foram salvas das garras do aborto ilegal e sem condições. Mujica continua a marcar pontos.