Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não vou repetir o que aqui já disse muitas vezes sobre o perigo democrático, na acepção ampla de democracia - social, cívica, económica, cultural e política - que actual maioria de direita representa.
Para @ cidadã/o comum, mais ou menos militante, mais ou menos esclarecid@ sobre a questão em apreço, a grande lição a retirar deste processo é, do meu ponto de vista, a seguinte: a golpada parlamentar, a brincadeira aos referendos inconstitucionais - mero instrumento institucional para sonegar preconceitos antigos - compensa. E isso é tão ou mais destrutivo para o sistema democrático, como a indignidade d@s deputad@s que dão o dito pelo não dito, que mudam o seu anterior sentido de voto por pressões da sua direcção partidária ou @s que, pura e simplesmente, pelo mesmo motivo, se ausentam cobardemente desta votação.
Mas a crise do sistema democrático é coisa abstracta, de resolução, se o for, de médio e longo prazo. Bem pior, porque concreta e com impacto no dia a dia, é a situação das famílias a quem este projecto-lei se dirigia - aquelas de carne e osso, as realmente existentes, e não aquelas que os livros do Estado Novo preconizavam - que vêem o maioria parlamentar, e por isso o Legislador, impedir, com este chumbo, que uma solução legislativa, ténue e talvez insuficiente, mas uma solução, lhes dignificasse e melhorasse a vida. E isso é imperdoável.
Contra mim falo…
Não encontrei vontade de sair ao Coliseu e dizer aos pulhas que espalham desemprego, miséria e desespero que já basta de falarem com se representassem outra coisa que não a ganância sem limpidez e impiedosa dos especuladores e capitalistas, a raiva de desforra de outros tempos tornados “modernos e inevitáveis” pela “realidade” que tece a irracionalidade de um sistema económico brutal e triturante de meios de produção apropriados por uma minoria e recursos naturais espoliados na presente e futuro para exclusive benefício de uns quantos.
A esquerda institucional, ao que parece, acha que o "respeitinho é muito bonito"...
e presumo que a outra deu-lhe o mesmo que a mim...
Sim, as hienas riem… mas reconheço que nós deixamos elas rir.
Até quando?
Muita gente entra no primeiro dia do ano com uma grande ressaca. Dia 1 de Janeiro costuma ser um dia de dores de cabeça e mal-estar. Mas eu confesso que este ano ainda não me passou o enjoo. É que logo no início do ano chegou-me a notícia que o ilustre e prendado João Almeida já tinha chegado a Secretário de Estado.
Confesso que desde esse dia me vieram uns enjoos incontroláveis. Sempre que penso no João Almeida como Secretário de Estado perco a cabeça e tenho alucinações, o meu estômago fica às voltas, tenho dificuldade em respirar, dor de cabeça, irritação na pele e, se pensar muito, chego a ter que ficar alguns dias de cama.
Pensar que estou a ser governado por um João Almeida tira a energia, a saúde e a compostura a qualquer um.
João Almeida é o tipo que disse que os funcionários públicos que não concordam com o governo deviam basicamente despedir-se.
João Almeida é o típico boy da jota, neste caso da patega Juventude Popular, que aos 37 anos já leva 12 anos de deputado. Entrou no parlamento aos 25 e nunca mais quis sair. E, na verdade, tendo ele tirado um curso de direito, teve um percurso de vida santo, com um trampolim directo da universidade para o Estado, onde se preservou durante todos estes anos até agora ser, imagine-se, Secretário de Estado.
João Almeida agarrou-se ao osso e ninguém o demoveu. Aí de quem o contrarie. Está bem rodeado de lobos, todos à sua volta, a salivar, prontos para defender a sua mais promissora cria.
Este ex-presidente da JP, ainda que tenha deixado crescer a barba, lavado o cabelo, arranjado as unhas e comprado uns fatos caros com o dinheiro que foi amealhando, é o sinal de um país que apodrece. Apodrece um país e apodrecem também os seus órgãos de soberania. Ao ponto de darem enjoos.
Alguém tem um Guronsan?