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TIVERAM MEDO!

por Olaio, em 21.10.13

 

 

Cada vez mais há consciência que a situação do país (e da europa) só se resolve com mais democracia, chamando mais gente para o exercício da cidadania, para o combate à troika. Há que unir, mostrar àqueles que sofrem as agruras dos lunáticos que nos governam, que não estão sós. Atravessarmos as pontes que nos separam e caminharmos juntos para mudar de política. Fazermos a ponte para um mundo melhor!

 

Quando a ideia de passar as pontes a pé foi lançada, começou desde logo por gerar uma onda de entusiasmo e de adesões, que ameaçavam tornar estas manifestações e principalmente a da ponte 25 de Abril, num acontecimento de fortes repercussões.

Foi o receio da imagem dessa manifestação e do seu efeito galvanizador no povo português e na europa, que fez tremer macedo e os seus correligionários do governo da troika.

 

Foi o receio dessa imagem, “uma ponte de cravos”, que fez com que o governo, à margem da lei, condicionasse a realização de uma manifestação legítima e ameaçasse os manifestantes com o uso da violência.

 

Neste quadro a CGTP optou por alterar a forma da manifestação, levando a que surgissem, como seria lógico, as mais diversas opiniões e criticas, nomeadamente que se deveria ter mantido o formato inicial e levar até às últimas o “braço de ferro” com o governo e a polícia de repressão; ou então, se já se sabia que esta situação podia acontecer (e era mais que provável num governo acossado e que demonstrou já que não hesita em infringir a lei), porquê então ter lançado a ideia para depois passar pela “humilhação” de recuar.

 

Começando por esta última critica, não avançar com a ideia porque era provável esta situação acontecer, era estar-nos a autocensurar, impedindo que o governo tivesse que assumir perante os portugueses e o mundo o seu caracter repressivo e antidemocrático.

 

Desde que a ideia foi lançada e durante mais de duas semanas, para além do entusiasmo que despertou na população, nunca uma manifestação da CGTP tinha sido tão falada e comentada na comunicação social, nunca nenhuma esteve durante tantos dias na “ordem do dia” e com ela, as razões que levavam os trabalhadores a vir para a rua protestar e com ela, a mensagem que cada vez mais portugueses percebem, de que este governo tem que cair, de que esta politica neoliberal tem que terminar!

 

Levar até às últimas o braço de ferro com o governo e continuar a mobilizar para a passagem a pé na ponte 25 de Abril, seria estar a cair na armadilha da violência que o governo montara, para que nas próximas semanas os comentadores do poder, quais comissários políticos, enchessem os meios de comunicação, com “demostrações” do carácter violento e destrutivo dos manifestantes, semeando receios e afastando da luta muitos daqueles que ainda hoje permanecem à margem do combate.

 

O carácter pacifico com que a manifestação acabou por decorrer, demonstra quem é que agindo democraticamente quer resolver os problemas do país e quem violentamente e à margem da lei, os quer agravar não hesitando para isso recorrer à violência.

 

O que ficou demonstrado é que o governo e a troika TIVERAM MEDO! Tiveram medo da dimensão que o protesto poderia adquirir, das suas repercussões. O fantasma da ponte passeava-se  pelos corredores de S. Bento e Belém.

 

Julgo que a apesar da frustração de ainda não ter sido desta que passamos a ponte 25 de Abril a pé, a manifestação da CGTP conseguiu um dos seus propósitos principais, atravessar algumas pontes que nos separam para trazer mais gente para a luta. Por esse motivo, a manifestação de dia 19 constituiu um grande dia de luta!

 

Dia 26, voltaremos a atravessar mais algumas pontes.

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publicado às 00:09

Contra-corrente: O elogio da CGTP-IN

por Hugo Ferreira, em 20.10.13

 

Percebo, respeito e partilho a frustração de muito povo de esquerda com o recuo da CGTP-IN na organização da manif de ontem na ponte 25 de Abril. A argumentação do governo - "questões de segurança" - foi cínica e falsa. A CGTP-IN demonstrou durante muito tempo a sua disponibilidade em manter o braço de ferro com o governo, criando, inclusive, a ideia que poderia mesmo desobedecer à recomendação/ordem/decisão do Ministério da Administração Interna. Recuou - mal na minha opinião - tarde - do ponto de vista táctico - se, de facto, nunca colocou a hipótese da "desobediência civil". A marcha dos autocarros não foi a melhor "fuga para à frente" de entre as várias possibilidades...

 

Dito isto, não percebo e discordo radicalmente da agressividade na crítica dirigida à CGTP-IN. Leio por aí que a manif de ontem soube a pouco. O meu testemunho de ontem é bem diferente, talvez por ter estado no Porto - a atravessar a ponte - na maior manif que tenho memória da CGTP na cidade. A luta social é ainda insuficiente tendo em conta a ofensiva do Governo e da Troika contra a classe trabalhadora? Concordo. Mas se há coisa que os últimos meses, em geral, e a manifestação de ontem, em particular, evidenciaram de forma clara e evidente é que a CGTP-IN é, sem dúvida, a entidade à qual menos responsabilidades devem ser assacadas por esse acantonamento da luta social.

 

Seria bom que isto fosse reconhecido e valorizado desde já, para que daqui a uma semana - e como eu gostava que assim não fosse... - não o tenhamos de assumir de forma tácita e envergonhada.

 

Como recentemente bem lembrou um camarada "na guerra, e é disso que hoje se trata, guardam-se as balas para o exército inimigo. Na refrega, cá trataremos das questões domésticas.".

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publicado às 13:53

Vemo-nos em Alcântara amanhã, ou não?

por danidapenha, em 19.10.13

Estou agora a chegar a casa e o céu, iluminado por uma trovoada digna de filme de terror, ameaça borrasca da grossa. Diria que vem aí chuva e QUASE tão violenta e grossa como as críticas que têm caído sobre a CGTP desde o anúncio de mudança do percurso da marcha de amanhã.

E se chuva em Outubro não me espanta, o mesmo não posso dizer do segundo facto aqui referido. Como ponto de partida, acho que podemos todos concordar que este anúncio acabou por ter um efeito fabuloso e muito prometedor para a esquerda portuguesa que se assume anti-capitalista e verdadeira alternativa. Senão, repare-se: não faz uma semana, e Portugal era um país com um povo simpático, bonacheirão até, que pouco vota, e se o faz é maioritariamente à direita, não faz greves, não vai a manifs, nem refila no trabalho, porque isto da política só está bom é para "eles" e a nós só nos dá chatices. Dá-se o anúncio na Terça-Feira e a epifania acontece. Afinal, nada disto era verdade. Afinal, Portugal é constituido por uma horda de revolucionários prontos e só à espera do sinal da CGTP para avançarem pela ponte, tomarem São Bento e só pararem no Palácio de Inverno.

Compreendo a desilusão de muitos, até porque eu próprio a senti. Apesar de muito vacilante, achei que marchar pela Ponte 25 de Abril era possível. Mas, a verdade é que a decisão foi outra. E por mais que se discorde, considero que criticar até à exaustão a alteração, procurando mesmo esvaziar de conteúdo o protesto de amanhã é um claro sintoma do mal que dificilmente largará muita esquerda portuguesa. A decisão é mais do que legítima e facilmente justificável por quem a tomou.

 

Não estamos a falar de movimentos inorgânicos, lançados por meia dúzia e acompanhados por dezenas ou por centenas de milhares de pessoas consoante o tempo de antena que as televisões e as redes sociais lhes dão. Não estamos a falar de movimentos criados na semana passada, cuja capacidade de mobilização é quase exclusiva entre jovens adultos de formação superior. Estamos a falar de uma central sindical que representa mais de 700.000 trabalhadores. Estamos a falar de um movimento que mobiliza dezenas de milhares de pessoas de cada vez que sai à rua. Mulheres e homens com graus de comprometimento muito variáveis, de todas as idades, de todas as profissões e que estão longe de imaginar que, ao sair para uma manifestação, vão acabar varridas a cassetete por polícias raivosos.

Ora, por mais urgente que seja um verdadeiro abalo, uma verdadeira revolução perante a situação que assola o país, enviar toda esta gente para a linha da frente do conflito e ver no que dá, seria uma irresponsabilidade da qual não me orgulharia. E sejamos claros, o cenário estava montado para o pior. E mesmo não acontecendo o pior, o menor dos incidentes teria repercussões imensas sobre quem estava a organizar o protesto.

E posto isto, sei bem onde vou estar amanhã. Passarei a Ponte e lá estarei em Âlcantara, pelas 15h. E depois no Domingo e na Segunda e por aí adiante, no bairro, na freguesia, na empresa, na rua. E depois dia 26, no Rossio. E depois onde for preciso estar...

 

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publicado às 00:16

A ponte é [e continuará a ser] uma passagem...

por Carlos Guedes, em 17.10.13
Continuemos, pois, a viagem. A pé, de autocarro, de triciclo ou de patins. E não, este não é um post sobre o Arménio Carlos. E sim, eu acho que a decisão da CGTP (e não do Arménio Carlos) foi sensata. Insensato foi o braço-de-ferro com o Governo quando não se está na disposição de o vencer.

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publicado às 14:25

CGTP, ponte, lutas por fazer...

por João Mineiro, em 16.10.13

A vida corre bem para o Governo. Conseguiram vencer o braço de ferro com a CGTP e impedir aquela que seria uma manifestação histórica. Conseguiram dividir a Esquerda, os sindicalistas e os trabalhadores que agora estão concentrados ou em críticas ou em defesas da CGTP. E como se não chegasse, com o mediatismo da polémica da ponte ainda conseguiram abafar a visibilidade da próxima manifestação de dia 26 de Outubro.

 

Tudo corre bem nas estratégias de comunicação do Governo, as iras vão-se dispersando.

 

Mas independentemente de hoje, mais que nunca, ser preciso olhar para a frente, a CGTP não pode ficar isenta de críticas. Não alinho na crítica antissindical mais primária que vê na organização o principal bloqueio para o suposto espontaneísmo das massas. A luta faz-se com organização, nos sindicatos, nas associações, nos coletivos. Mas é indefensável que a CGTP se dê ao luxo de abdicar assim de tanta resistência, de tantos solidados e soldadas e de força hegemonia acumulada.

 

A força que a manifestação teria seria imensa. E tendo o Governo proibido a manifestação e a CGTP escolhido como estratégia (e bem) levar o confronto até ao fim, não teria outra hipótese que não assumir o conflito e convocar uma concentração para o pé da ponte e colocar 100 mil pessoas com faixas, bandeiras e palavras de ordem em frente às barreiras policiais.

 

Seria um país contra um bloqueio. Um país contra o Governo. Um país contra a Troika.

 

A imagem de um país que se levanta contra a censura política da manifestação e contra o Governo e a Troika seria uma imagem de luta e força imensa, ao invés de uma manifestação sobre rodas, que se divide em opiniões e críticas. O Governo ganha a batalha, nós perdemos todos.

Dito isto a crítica não pode esvanecer a estratégia para os combates. Há manifestações por construir. Há um protesto no porto de alcântara, há concentração da CGTP e há uma manifestação dia 26 de Outubro promovida pelo Que se Lixe a Troika que ainda tem imensa capacidade de mobilização e que ainda tem relação de forças para se transformar num protesto de massas.  

 

Teremos de nos encontrar por aí. É a nossa única opção. Estes tempos de podridão não nos exigem menos que isso.

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publicado às 14:15




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