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Ontem multiplicaram-se notícias sobre a grande solução europeia para o desemprego jovem: a Aliança para a Juventude. É certo que a Europa é um continente dizimado pela austeridade e pela chantagem da dívida que fizeram regredir a economia, as funções sociais do Estado e que conduziram a um alastramento da pobreza e do desemprego. Mas para a Europa tudo estava bem com essa estratégia até que Durão Barroso quis sair com alguma dignidade da podridão em que deixou a Europa e já de saída nomeou o desemprego jovem como o grande problema europeu.
A Comissão Europeia, firmemente consciente deste problema civilizacional e depois de se munir de poderosos instrumentos técnicos, encontrou a solução para o problema: criar estágios temporários em grandes multinacionais. Um jovem candidata-se a um conjunto de estágios que vão abrir, na prodigiosa esperança de poder ficar na empresa. Não importa que as economias sejam dizimadas e que a classe média encolha a olhos vistos. Não importa que o emprego qualificado não exista. Para estes senhores, desde que se tenha um estágio, e depois outro, e depois outro, e depois ainda outro, mais cedo ou tarde, deixaremos de ser descartáveis e poderemos ter uma vida digna.
Esta “Aliança para a Juventude” é uma boa solução para a cabeça de génios europeus como o Bruno Maçães, que cá em Portugal voou das aulas do João Carlos Espada na Católica para Secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Em Portugal, ao que se sabe, o programa pretende até 2017 criar 8 mil estágios através da Nestlé. É um número curioso. Abrange mais ou menos 1 em cada 60 jovens entre os 15 e os 34 anos que só hoje em Portugal não estudam nem trabalham.
Enquanto a economia vai sendo destruída, os estágios vão substituindo as necessidades de trabalho permanente. Os estágios da Aliança para Juventude, pomposamente apresentada numa sessão pública por Passos Coelho, Paulo Portas, Mota Soares e Durão Barroso, dão para a imprensa fazer umas notícias baseadas na ilusão de aquele 1 em cada 18 jovens desempregados em Portugal que vai poder ter um estágio deste programa, vai depois ficar estável numa empresa cujo trabalho corresponda à sua formação e interesse.
Enfim, há programas assim. São criados para fazer notícias. E para fingir que a Europa ainda está de boa saúde, quando cheira a podre por todos os lados.
Não sei o que é pior. Se os seus livros, se as suas declarações cada vez que abre a boca. Se já era conhecida pelo seu ódio às gordas, a sua tentativa de censura a João Pedro George por tecer críticas às suas obras, ou o processo crime contra Pedro George e os jornalistas José Manuel Fernandes, Isabel Coutinho, Pedro Tadeu e a Rute Coelho, agora a tia Margarida voltou à passerelle.
Disse em entrevista sete ideias fortes:
Margarida Rebelo Pinto é uma tonta. Um vómito de senso comum, que tem a sorte de ter pessoas pouco literadas fazem dela uma imagem comercial a pretexto de umas histórias mal contadas de amor e drama.
A tia Margarida é perigosa porque tem um estatuto mediático que lhe permite vomitar sete barbaridades e ainda assim ser ouvida por alguns milhares de pessoas.
Mas o melhor antídoto contra a tia Margarida já foi feito. E é obrigatório citá-lo: Bruno Nogueira incendiou Margarida Rebelo Pinto e fez-me ter um dia bem mais feliz.
É Sábado. Entre o MOB - espaço associativo e a Escola de Música do Conservatório Nacional.
Há documentários. Organizações de França, Grécia, Estado Espanhol e Alemanhã. Debates abertos com investigadores, activistas, jornalistas, actores, sindicalistas, músicos, geógrafos, economistas e tantos outros.
E há workshops políticos de música, stencil, comissões de trabalhadores ou serigrafia.
E ainda há tempo para festa e conhecer muita gente. E uma peça de teatro fórum.
Faltam três dias, aparece por lá, para um fim-de-semana bem passado.
A juventude de hoje vê-se obrigada a escolher entre o desemprego, a precariedade, e o exílio laboral. Isto é a consequência da gestão pública da crise da dívida pelos governos da Troika, do seu Memorando. É um ataque brutal feito contra os cidadãos e a democracia, e uma das consequências mais dramáticas é o esvaziamento do país daqueles que ainda podem emigrar. Pais que vêem os filhos partir, irmãos que vêem irmãs partir, avós que vêem o tempo a voltar para trás sem força, sem unidade que resista à escuridão dos tempos da Troika.
O pior desta notícia do Público é que estes números estão completamente errados. Como devem imaginar, a maior parte dos jovens não avisa de nenhuma forma o Estado português que vai emigrar. Simplesmente vai. Foi o que eu fiz, é o que muitos vão fazer hoje, amanhã e depois de amanhã. Segundo as contas da notícia, 332 pessoas deixam o país a cada dia que passa, para não voltar.
O combate à debandada geral, ao exílio laboral a que centenas de milhares de pessoas, principalmente jovens licenciados, estão obrigados, é uma emergência nacional. Há aqui alguém que ainda não tenha conhecidos que partiram recentemente em busca de uma vida digna?