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A matemática da Reforma do Estado

por Nuno Moniz, em 30.10.13

"Por sua vez, se compararmos o dispêndio em salários das Administrações Públicas com o volume de impostos arrecadados, chegaremos à conclusão de que a totalidade da receita em IRS e IRC – os impostos pagos por trabalhadores e empresas, exceptuando, para efeitos comparativos, os que têm origem nos descontos dos funcionários públicos – não chegam senão para pagar 90% da folha salarial do Estado." (Documento da Reforma de Estado: Um Estado Melhor)

 

Há pelo menos duas coisas a dizer sobre este excerto, que está logo na página 12.

 

Primeiro: comparar a receita do IRS e IRC com o pagamento de salários do Estado sem contar com os funcionários públicos é estranho.

Pode ter duas explicações, em que nenhuma faz grande sentido.

A primeira é que este Governo não conta em ter funcionários públicos.

A segunda é que era a única maneira de chegar às contas que chegou. Aposto na segunda.

 

Segundo comentário: esta gente não lê os seus próprios documentos. Assumindo que a tentativa de exceptuar os descontos dos funcionários públicos não faz sentido nenhum, ponhamos os olhos no que diz a Proposta de Orçamento de Estado para 2014... Que apresentaram há duas semanas atrás.

 

Impostos Diretos 16.961.472.559

Despesas com o Pessoal 8 365 309 489

 

Nota para quem fez estas contas: os impostos diretos pagam duas vezes as despesas com o pessoal.

E se não for pedir demasiado, tentem tirar as conclusões dos resultados, não inventar resultados para as conclusões que desejam.

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publicado às 22:53




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