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Hoje fui à Segurança Social da Loja do Cidadão dos Restauradores. Não vou maçar com o facto de ter tirado senha às 11h e ser atendido às 18h. Não vou maçar com o facto de ter perdido o dia de trabalho, o valor do almoço e da água (nem água gratuita a Loja tem). Vou maçar com o fecho de um serviço essencial no centro de Lisboa. A Loja do Cidadão já tem uma grande faixa a dizer "ARRENDA-SE LOJA", os funcionários confidenciaram que só souberam ontem, com a faixa. Ainda não sabem para onde vão, se vão. Mas o ministro já prometeu mil lojas do cidadão online! Não é preciso escrever muito para que toda a gente perceba que os danos para as centenas de pessoas que diariamente utilizam/precisam deste serviço.
Despeço-me, com amizade, até ao próximo fecho.
Vinha aqui escrever sobre o post do Bruno Carvalho, no 5dias. Ia lembrá-lo da grande intervenção de António Costa, acusando o Bloco de parasitismo, como o Bruno faz no seu blogue.
Dizia o Bruno que "Não se atrevem a fazê-lo sozinhos (sugeria ele: manif; greve parcial; greve; greve de vários dias) porque sabem que vivem isolados do resto das pessoas na sua redoma elitista". Directamente: Bruno, alinhavas numa manifestação ou greve convocada pelo PCP ou pelo BE? [Ainda que estes não tenham legitimidade legislativa para o fazer, se o fizessem, juntavas-te?]
A "tonteria" é tão grande que, no 5dias, pergunta ele: "O que teriam dito alguns sobre os estivadores que optaram por não alinhar no bloqueio do Porto de Lisboa se estes fossem da CGTP?"
Eu perguntaria: O que teria dito quem sobre quais estivadores que optaram por não alinhar em qual bloqueio de qual porto de lisboa se eles fossem de qual central sindical? Confuso? É. E especulador, desde que ninguém tenho dito nada sobre ninguém.
Só que... vinha eu lançado para escrever sobre o que o Bruno escreveu, já o Alex tinha escrito tudo.
Não será a intenção do Rodrigo, mas não consigo de forma nenhuma agradecer aos meus carrascos, aos que me detiveram, bateram e abusaram, na mesma altura que o fizeram a ele, ao Rodrigo e muitas outras pessoas. Uma delas minha amiga, outras que passaram a ser.
Não se agradece ao carrasco porque o seu cargo a gente já conhecia. Não precisava de ter sofrido os abusos que sofri, para saber que eles são cometidos - mas é verdade, passei a ter a certeza. Fiquei a saber que se bate indiscriminadamente (sem resistência), que se é detido sem se garantir direitos (não há telefonema, não há advogado, não há horas, não há xi-xi!) e que o Estado abusa de nós através dos seus cães-de-fila preparados e atiçados para não olhar a leis.
Mas a Clara lembra o Nelson, que resiste. O Nelson não é único, mas não somos todos como o Nelson. Muitos pagam com fome, outros desistiram de alguma forma. O Nelson resiste e é exemplo - quer viver ainda que o não deixem.
O Rui Faustino escreveu sobre os "Sonhos húmidos da esquerda radical...", mas acho que sonhou sonhador como toda a gente! No entanto não entendi qual a chatice com "a Grândola e umas coisas de Lopes Graça a intercalar alguns discursos que ninguém verdadeiramente escuta" - eu respeito muito a Grândola e emociono-me com algumas coisas do Lopes Graça - se os quero numa manifestação ou na Revolução ou no Caminho Para Qualquer Destas? Quero! Mas queremos muito mais, claro que queremos!
Hoje (antes desta cerveja) era sábado e hoje já é domingo. E nem no sábado nem no domingo há Ministérios - ainda se respeita a Família. Por isso foi bom que a manifestação chateasse, mas não chateasse assim tanto! As pessoas que ali foram estavam certas - isto não é vida... A organização, a gente, eu, é que deve começar a ir para lá do protesto ordenado. Porque já não há ordenado!
Tens razão Rui, esta manifestação foi tudo (as pessoas que lá estiveram que o digam); mas também não foi nada - os ministros que o digam.
E dar a volta a isto? E um gajo conseguir dar uma grande pirueta e estatelar-se todo em cima do governo? Isso é que era, mas o Kick Box ainda não ensina disso.
Foi mais um sinal vermelho ao governo. E agora passarmos à ameaça? É que já é tanto abuso...
Vítor Lima (que assina como Grazia Tanta) tem um blogue que eu considero muito maçador e não visito nunca. No entanto, se não visitarem o blogue dele, ele faz questão de entrar pela casa dentro de milhares de pessoas, sem que lhe tenham pedido nada.
Passo a explicar. O blogue do Vítor Lima não tem nenhuma secção para subscrever os seus envios, o que não priva Vítor de enviar correio não desejado para todos os e-mails que apanhe à frente. O meu endereço foi colocado num abaixo-assinado na altura da Cimeira da NATO em Lisboa e Vítor Lima apropriou-se desse bem cada vez mais valioso que é uma base de dados.
Não tenho nada contra o Vítor, excepto a apropriação ilegítima de dados pessoais, de que fui vítima.
Depois da troca de alguns emails, de ter sido ofendido, acusado de me preocupar mais com ele do que com o capital, depois de ser enxovalhado na minha caixa de correio, lá consegui deixar de receber os ditos desabafos e desaforos de Vítor Lima. Espero eu.
Outros casos existem bem interessantes, na onda da utilização ilegítima de dados pessoais.
Jorge Lampreia, Professor Universitário e Subdirector para os Assuntos Pedagógicos da Faculdade de Ciências e Tecnologia, tem em seu poder o contacto de todas as alunas e todos os alunos e utiliza-os indiscriminadamente.
Se houve vezes que utilizou esta lista para publicitar a geladaria Ben&Jerry, outras usou para dar um puxão de orelhas porque uma bandeira desapareceu durante a noite, ameaçando anular as festas académicas.
Hoje volta à carga com o seu paternalismo inaceitável no Ensino Superior - ameaça fechar o edifício VII da FCT porque alguém activou um extintor desnecessariamente. Diz mesmo que se trata de "“Mau comportamento” no Ed VII depois do “expediente” de aulas normais.", e ameaça: "A nossa regra relacionada com estes assuntos, no passado, era simples: qdo aconteceu pela primeira vez fechámos o VII uma semana; quando aconteceu 2.º vez (há muito tempo) fechámos o VII um mês e avisámos que à 3.ª fechávamos o VII para sempre.".
Jorge Lampreia apela à Associação de Estudantes: "Já agora, pedimos ajuda à AE. Por favor, tentem sensibilizar os vossos colegas que este tipo de acontecimento só pode produzir "desgraças" futuras.".
A desgraça actual é a seguinte - a minha caixa de correio não é tua, não serve para os teus devaneios. A minha caixa de correio foi criada por mim, para os meus propósitos. Não para os teus objectivos, Vítor Lima, nem para o teu paternalismo, Jorge Lampreia.
Não recebo, neste momento, mails destas pessoas. Mas quis partilhar os exemplos.